quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A perda de Eduardo Campos.


   Até ontem eu não sabia o que colocar aqui.
   Então veio a péssima notícia da morte do Eduardo Campos, candidato à Presidência da República (meu candidato, diga-se de passagem - mas não há nenhum espaço para discussão política agora).


   A primeira sensação que tive (e você também) foi de choque, naturalmente.
   Depois veio um sentimento de injustiça. Por quê ele? Claro, ele não é melhor que ninguém. Mas quero trazer à tona um sentimento de confusão que tomou conta de mim e de muitas outras pessoas, com certeza.

   Primeiro eu neguei. Fica um grilo na cabeça dizendo "não" e a informação na imprensa dizendo "sim". Esse grilo na cabeça diz que não tem lógica alguém morrer aos 49 anos de idade, com uma família estruturada, com 5 filhos (entre eles um recém-nascido com síndrome de down, que daria a esse pai um novo vigor e novo aprendizado)e, por fim, com uma carreira brilhante pela frente.

   Depois veio um sentimento de revolta. Porque Deus deixa essas pessoas partirem? Sim, eu, a que se diz cristã, me revoltei contra Deus por alguns minutos... Me senti órfã. Não órfã de um candidato. Mas órfã de esperança... É como se depositássemos em pouquíssimas pessoas a possível (quem sabe) chance de ver as coisas começarem a mudar nesse país. Eduardo tinha um brilho nos olhos, um porte de presidente invejável, uma trajetória evidente e bonita em sua maior parte (apesar de falho também, como todos nós - não é hora de julgar passado de ninguém).
    Há um sentimento de frustração. De perder de novo a briga para a falta de esperança.

   Mas...
   "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis* os seus caminhos!" 

(*que não se pode investigar ou compreender; incompreensível; que não pode ser penetrado; impenetrável)

   Logo em seguida senti uma raiva junto aos pensamentos maléficos e julgadores que vieram à minha mente: "Sabotagem, sabotagem, sabotagem"... Depois uma análise rápida: "Se algum adversário fizesse isso, seria um verdadeiro tiro no pé", como bem disse uma amiga minha.

   Mas naaaada disso importa agora. Cabeça quente, triste. Por isso não é momento de administrar nenhum tipo de informação além do fato em si. Deixemos essa tarefa para os especialistas e peritos e etc, etc,...
  
   No meio de tanto sentimento confuso, pecamos. Falamos o que não devemos. Sentimos coisas maldosas. Julgamos. Esbravejamos.
   Acontece. Mas não deveria acontecer.

   "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios".  
   "O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias".
   "O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que abre muito os seus lábios se destrói". Provérbios 13:3


   Mas também vemos o sentimento de solidariedade. Vemos que ainda temos jeito, sim. O assunto "partido X", "adversário y", fica um pouco de lado e, conseguimos ver que temos compaixão, nos colocamos no lugar da família. Que bom seria se aplicássemos esse mesmo sentimento com mais frequência em nossas vidas.

   Nesse momento estranho (foi a palavra que encontrei), vamos respeitar o luto da família do Eduardo Campos. É muita dor. É dor da perda de projeção, de uma família que só pode encontrar consolo em Deus. Dor que muitos de nós não conhecemos e não temos noção da profundidade. Não dá pé.

   "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo".  

   Vou tentar "achar" menos, falar menos e orar mais.
   Eis o desafio.

   E como ele bem disse: "Não vamos desistir do Brasil!"






   Se eu pudesse dedicar uma música à família do Eduardo e de todos os outros que estavam naquele avião, além, é claro, dos que estavam em terra, certamente seria "Me Refaz", do Diante do Trono. O clipe acrescenta algumas outras histórias de dor e perda. "Teu amor me desfaz, Teu amor me refaz"...
...Assista abaixo:

 

  

   A paz!
   Lux
"Pois dele, por Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre. Amém."
Romanos 11:36


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