quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Conhecer-se ou remoer-se?



   Um bichinho de estimação. As agendas da adolescência. O urso de pelúcia surrado que nos faz companhia todas as noites.
   É assim com nossos problemas de estimação.
   "Ah, mas eu 'sou' TDAH."
   "Ah, mas eu tenho TOC. É assim mesmo. Não sou a única."

   "Ah, mas eu quebro regras mesmo. É mais forte do que eu (o prazer na desobediência é um dos sintomas de várias pessoas que passam pelo TDAH)."

   "Ah, mas, mas, maasss!"
   Imagine 2 caminhos:
   Em um você vê o transtorno, os sintomas, as causas, as consequências, os coitadismos, as mesmices, os depoimentos repetitivos e "verdades" que você escolheu aceitar.
   Em outro caminho você vê o transtorno, mas você vê também tudo que você pode ser, COM OU SEM ele.

                                                              Foto: Corbis
  Tenha noção de si mesmo!
   Olhe para debaixo do sofá do comodismo e descubra a estrutura do teu problema e a forma que ele tomou ao longo do tempo.

   Não adianta remédio, não adianta alimentação, não adianta terapia, se lá no fundo o seu transtorno continua maior que você; se lá no fundo esse transtorno te faz voltar os olhos sempre para ele mesmo! Como um bicho atrás do próprio rabo. Não que você o use como muleta, ou que você goste dele, mas ele vira uma espécie de obsessão, de tanto que você fica remoendo aquilo na sua cabeça. Filosofar repetidamente sobre ele; analisá-lo por todos os ângulos repetidas vezes; isso nos faz mais conhecedores do transtorno, e só. Vai desgastando. Sim, traz autoconhecimento (o que é essencial aqui), mas não traz transformação, pois a transformação não vem se não vislumbrarmos algo FORA desse circuito. Ei! Você pode projetar algo sim! Quem te fez acreditar que não?


   Eu passo por transtorno X, Y ou Z? Ok, sei muita coisa sobre ele, mas não sou isso, não me resumo a isso, minhas conversas não são apenas sobre isso. Pelo menos não deveria ser assim.

   O coitadismo ou o remoer gera um poço de impossibilidades, cheio de frases como "é assim mesmo e ponto" .
   Não proponho uma revolta contra si mesmo. Temos que nos aceitar. Mas NÃO abraçar o problema gerado pelo transtorno (essa, sim, a aceitação errada). O problema se repete mesmo, fato. Mas perdoe-se. Ore. E peça, em suas orações, o domínio próprio (um dos frutos do Espírito Santo - Gálatas 5:22-23).
   Insisto: siga o tratamento, mas dependa de Deus.
   Quando a Ritalina ou qualquer outra medicação de uso contínuo fica em falta por vários meses no mercado, quem segura sua onda? Quem ou o quê segura sua onda? Falta o remédio e o caos se instala novamente?

"Meu filho, guarde consigo a sensatez e o equilíbrio, nunca os perca de vista;
trarão vida a você e serão um enfeite para o seu pescoço.
Então você seguirá o seu caminho em segurança, e não tropeçará;
quando se deitar, não terá medo, e o seu sono será tranqüilo."
Provérbios 3:21-24

Paz.

Lux.
"Pois dele, por Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre. Amém." Romanos 11:36

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